Ovelha negra é uma expressão popular utilizada para identificar uma pessoa que é diferente das outras, ou seja, que está fora dos padrões considerados normais pelo seu grupo social.
Dentro do grupo social ou familiar, as ovelhas negras normalmente são aqueles que não se identificam com a cultura do grupo e não fazem questão de deixar isso evidente aos interessados.
O sentimento de não pertencimento e solidão muitas vezes acompanha a ovelha negra, que anseia por encontrar a sua tribo, pessoas que se comportem e pensem de forma semelhante a ela, gerando maior identificação e pertencimento.
Bert Hellinger, em seus estudos sobre a Constelação Familiar Sistêmica, observou que existem 3 leis universais que regem as dinâmicas familiares: a lei da Hierarquia, a lei do Equilíbrio e a lei do Pertencimento, esta última fazendo com que nós tenhamos posição irrevogável na família, ou seja, todos pertencem. Existe uma necessidade natural em fazer parte da família e pertencer a esse meio. Já que é um vínculo tão profundo e que, segundo a Constelação, fica acima até da nossa necessidade em sobreviver.
Quando expulsamos alguém desse ciclo, trazemos sofrimento a todos os envolvidos. Quando arrancamos alguém de seu lugar entendemos da pior maneira que isso é impossível de ser feito. Por mais mal que tenha nos feito, é um direito de nascença permanecer conectado e as claras na nossa família.
Para Hellinger, as ovelhas negras além de pertencerem, carregar o papel de promover a mudança, revolucionar árvores genealógicas que necessitam serem libertas.
As chamadas “ovelhas negras” da família são, na verdade, caçadores natos de caminhos de libertação para a árvore genealógica.
Os membros de uma árvore que não se adaptam às normas ou tradições do sistema familiar, aqueles que desde pequenos procuravam constantemente revolucionar as crenças, indo na contramão dos caminhos marcados pelas tradições familiares, aqueles criticados, julgados e mesmo rejeitados, esses, geralmente são os chamados a libertar a árvore de histórias repetitivas que frustram gerações inteiras.
As “ovelhas negras”, as que não se adaptam, as que gritam rebeldia, cumprem um papel básico dentro de cada sistema familiar, elas reparam, apanham e criam o novo e desabrocham ramos na árvore genealógica.
Graças a estes membros, as nossas árvores renovam as suas raízes. Sua rebeldia é terra fértil, sua loucura é água que nutre, sua teimosia é novo ar, sua paixão é fogo que volta a acender o coração dos ancestrais.
Incontáveis desejos reprimidos, sonhos não realizados, talentos frustrados de nossos ancestrais se manifestam na rebeldia dessas ovelhas negras procurando realizar-se. A árvore genealógica, por inércia quererá continuar a manter o curso castrador e tóxico do seu tronco, o que faz a tarefa das nossas ovelhas um trabalho difícil e conflituoso.
No entanto, quem traria novas flores para a nossa árvore se não fosse por elas? Quem criaria novos ramos? Sem elas, os sonhos não realizados daqueles que sustentam a árvore gerações atrás, morreriam enterrados sob as suas próprias raízes.
Que ninguém te faça duvidar, cuida da tua”raridade” como a flor mais preciosa da tua árvore. Tu és o sonho de todos os teus antepassados.
Bert Hellinger
Sobre mim
Eu sou Letícia Lima, terapeuta holística e uma eterna aprendiz.
Apaixonada pela vida em todas as suas formas e faço do despertar um propósito de vida.
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